As Tunas são uma constante na vida académica de milhares de estudantes a nível nacional. Em 2016, havia 282 tunas ativas no nosso país, entre tunas masculinas, femininas e mistas. Para além dos estudantes que fazem (e querem fazer) parte destes grupos universitários, muitos outros são espetadores assíduos das suas atuações musicais.
O que são as Tunas?
As Tunas são grupos musicais compostos por estudantes universitários, normalmente trajados consoante a tradição da sua cidade, que se regem por regras e hierarquias próprias. Mais que isso, são grupos que interpretam e eternizam músicas de cariz estudantil e, muitas vezes, os hinos das próprias faculdades, marcando uma presença constante na vida e nas tradições académicas das suas faculdades e cidades.
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Influência das Tunas na vida académica
Desde serenatas, adaptações de músicas portuguesas (populares ou não), brasileiras e latinas, passando pelos originais, as tunas dão música aos melhores anos da tua vida.
Para fazer com que todos os elementos da tuna saibam tocar as músicas do repertório, são necessárias horas e horas de ensaios. Para além destas, as horas passadas em atuações, festivais e digressões fazem com que surja um espírito de companheirismo forte que, por vezes, dá origem às melhores amizades de uma vida.
“A Tuna traz-nos muito: organização, cooperação, possibilidade de conhecer novos lugares, fazer amizades que ficam para a vida e muito mais. Aprendemos, também, a ouvir e a aceitar opiniões divergentes. Pertencer a uma Tuna é saber que deixámos a nossa marca naquela que passou a ser uma segunda família com quem vamos sempre poder contar”
Inês Maio, membro da EncantaTuna (Tuna Académica Feminina da Universidade da Beira Interior), 1º ano de mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde.
A Boémia e o Trabalho…
Para além da música, as tunas são ainda caracterizadas pela boémia. Sim, isso significa que haverá sempre jantares e noites de copos acompanhadas por acordes, vozes e, às vezes, músicas agradáveis de se ouvir.
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Nem todos os elementos de uma tuna são génios musicais (and it shows), mas mesmo que não saibas cantar nem tocar nenhum instrumento, não te acanhes. Vais sempre a tempo de aprender e podes mesmo ser uma mais valia noutras áreas! E não estamos a falar do levantamento do copo: fazer parte de uma tuna vai ajudar-te a desenvolver soft skills que serão uma mais valia no teu futuro.
Tens dúvidas? Gerir e assegurar que as atividades de um grupo com 20 ou 30 pessoas (ou mais) decorrem sem sobressaltos é um desafio. Quer estejas a organizar um simples ensaio ou atuação, um festival de tunas ou uma digressão pela Europa, vais precisar de utilizar e desenvolver o teus espírito de equipa, sentido de organização, inteligência interpessoal, confiança, resiliência e sentido de solidariedade. Tudo coisas que serão úteis quando começares a trabalhar!
“Quando entrei para a faculdade, associava a TAFEP a boémia, mas a tuna acabou por se revelar bem mais do que isso para mim. Olhando para trás, consigo perceber o impacto extremamente positivo que esta teve no meu percurso académico. O trabalho desenvolvido neste grupo, ao nível da exigência e tempo disponível para a sua execução, transformou as minhas épocas de exames em “peanuts”. A TAFEP proporcionou-me momentos de diversão que me ajudaram a criar laços e memórias indescritíveis e a perceber um pouco mais do que nos pode trazer esta vida. No final, acredito que a tuna me ajudou a ter uma vida académica equilibrada e recheada de bons momentos e sucessos.”
Miguel Cruz, membro da TAFEP – Tuna Académica da Faculdade de Economia do Porto), licenciado em Gestão.
Festivais de Tunas
Ao longo do ano, as tunas atuam em vários locais: Se hoje pode haver uma atuação na rua, amanhã podem tocar na faculdade e, no fim de semana, podem estar a pisar um dos palcos mais importantes da cidade.
É, normalmente, nos auditórios, teatros (ou mesmo coliseus) que decorrem os festivais de tunas. Aqui, para além de se promover o convívio entre estudantes de diferentes universidades e cidades, as Tunas têm a oportunidade de exibir a sua qualidade musical em grandes espetáculos e para diferentes pessoas para além dos estudantes. Normalmente, há também after parties onde se pousam guitarras – mas só durante um bocadinho – e se erguem os copos para brindar à amizade.
“Posso hoje com toda a certeza dizer que se não fosse a Tunística não teria conhecido alguns dos meus melhores amigos, sejam estes na ESHTE ou espalhados pelo país. Não teria vivido algumas das maiores aventuras que vivi. Mas, principalmente, o amor que ganhei à faculdade com certeza que não era o mesmo… à minha Tunística um eterno obrigado pelos melhores anos da minha vida”
Aurélio Silva, membro da Tunística (Tuna Mista da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril), 2º ano da lic. em Produção Alimentar em Restauração.
Digressões
Por Portugal, na Europa ou pelo Mundo, há tunas que se aventuram, normalmente depois dos exames de 2º semestre, e partem rumo a novos destinos. É a oportunidade para conhecer novas cidades, tocar na rua para turistas ou locais (e ensaiar enquanto se atua) e fortalecer amizades para a vida. Se gostas de viajar, tens mais uma razão para te juntar à tuna!
Vídeo Resumo da Digressão Europeia da Tuna Académica de Biomédicas
Queres ir para a Tuna?
Achas que tens o que é preciso para fazer parte da tuna da tua faculdade (ou universidade)? Como já dissemos, não precisas de saber tocar/cantar mas ficas já a conhecer os instrumentos que podes vir a aprender: Guitarra, Bandolim, Acordeão, Contrabaixo, Percussão (bombos, bongós, pandeiro, etc.), Cavaquinho, Flauta/Sopros, Violino, Pandeireta e Estandarte/Bandeira (não é um instrumento, mas faz barulho quando cai no chão!).
Lembra-te que a tuna não é só copos: Há muitas horas de ensaio, muito tempo e esforço envolvido. Por isso, entrar na tuna para “ir para os copos” pode não ser a decisão mais acertada!
Se, mesmo assim, achares que é a tua cena, vai em frente: Com o espírito certo, acreditamos que vais conseguir viver dos melhores momentos da tua vida!
