integração prejudicada pela pandemia estudante a ter aula no computador

Na Parte IV do inquérito As Melhores Faculdades de Portugal concluímos que a pandemia prejudicou a integração dos universitários na faculdade.

Foram recolhidas mais de 2000 respostas de universitários de norte a sul do país, e algumas das principais conclusões do inquérito, até agora, revelaram que 45% dos universitários já considerou/considera desistir do curso e que a localização e prestígio são fatores decisivos na escolha da faculdade

O estudo possui outras oito análises que percorrem todos os aspetos da vida universitária,  podes conferi-las abaixo.

Durante a apresentação dos resultados sobre a Integração dos estudantes na faculdade, encontrarás gráficos dinâmicos e estáticos. Para uma melhor interação com os dados, recomendamos que faças a análise das informações num computador.  É possível visualizar os gráficos dinâmicos clicando no modo tela cheia no canto inferior direito dos mesmos ou fazendo clique direito e selecionar a opção de abrir o iframe num novo separador.

Para assegurar a representatividade dos dados, apenas apresentamos dados detalhados no caso das faculdades que tiverem um mínimo de 10 respostas válidas. Na Parte I podes ler uma nota informativa sobre a forma de tratamento dos dados.

Quão integrados na faculdade estão os universitários? 

Neste primeiro momento, vamos olhar para o sentimento de integração dos estudantes, sendo possível observar as estatísticas ao nível de cada faculdade (desde que tenha obtido mais de 10 respostas) e, também, consoante o ano de entrada e situação de alojamento (estudante deslocado ou não).

Para fazer uma análise mais profunda, basta escrever a sigla da faculdade desejada na caixa de pesquisa e/ou fazer scroll na lista. Além disso, a tabela possui três páginas de gráficos que desmembram os dados recolhidos.

Ao olhar para os gráficos, concluímos que 79.1% dos estudantes se considera muito ou totalmente integrado na sua faculdade, tendo apenas 0,5% respondido que não está nada integrado.

Ao escolher um valor entre 1 e 6 para representar o seu nível de integração, foi possível observar que as faculdades onde os estudantes se sentem mais integrados são a ECAV (UTAD), a ESECS (IPleiria) e a ESCS (IPLisboa), com valores médios de 5.8, 5.7 e 5.6, respetivamente. No outro extremo, temos o ISCAL e o ISEG, ambos com 4,1 e a FLUL, com 3,9.

Com esta análise, percebemos também que o facto de serem, ou não, estudantes deslocados, pouco influencia a integração dos estudantes.

Quando analisamos os dados de maneira mais detalhada, percebemos que a percentagem de estudantes muito ou totalmente integrados cai expressivamente de 2016 a 2020. Esta queda é ainda mais significativa quando observamos a partir do ano de 2018.

Nesse caso, se cerca de 85,5% dos estudantes que começaram o curso em 2018 se sentem muito ou totalmente integrados, apenas 69% dos participantes que iniciaram o percurso universitário em 2020, em plena pandemia, têm esse mesmo sentimento. Assim, observamos uma queda de 16 pontos percentuais num período de dois anos.

Se é razoável assumir que quantas mais matrículas se tem, mais integrado se está na faculdade, a verdade é que é plausível afirmar que a pandemia prejudicou a integração dos caloiros. Afinal, aproximadamente 12% dos alunos de 1º ano diz que se sente pouco, muito pouco ou nada integrado, um valor 2,6 vezes superior aos 4,6% de estudantes que entraram em 2018 e se sentem da mesma maneira.

Imagem: redebrasilatual

As atividades de integração nas faculdades

Num segundo momento, perguntámos aos estudantes quais as atividades de integração que existem nas suas universidades. Nesta fase, os participantes indicaram todas as dinâmicas existentes na faculdade, independente da participação, sendo que constatámos as seguintes como principais práticas de inclusão:

  • Praxe ou atividades praxísticas (87%)
  • Sessão de boas-vindas realizada pela faculdade (77%)
  • Jantares de curso (75%)

Também com algum destaque, temos as tunas, grupos académicos, e saídas à noite.






Os principais fatores positivos para integração

Depois de perguntarmos quais as atividades existentes, quisémos saber quais as atividades/fatores com maior impacto na integração dos estudantes. Os resultados são visíveis no gráfico abaixo:

pricnipais fatores apontados como positivos pelos estudantes

A praxe foi a atividade de maior destaque, com 65% das respostas. As saídas à noite e o ambiente relaxado ocupam a segunda e terceira posição, respetivamente, como principais atividades/fatores de integração.

Já os jantares de curso, convívios e churrascos na faculdade também demonstraram ser relativamente significativos, ao aparecerem no gráfico com 13% e 11% cada um. No entanto, menos da metade dos estudantes afirmam ter a perceção de que estes tipos de eventos são realizados na faculdade (ver tabela dinâmica acima).

Assim, numa época em que o regresso à normalidade está em pauta, os convívios e churrascos ao ar livre podem ser uma alternativa adequada a festas em discotecas fechadas e/ou jantares em salas de restaurante. 

Os principais fatores negativos para integração

No gráfico, abaixo, entendemos quais os principais motivos para os estudantes não se integrarem na faculdade.

pricnipais fatores apontados como negativos pelos estudantes

45% de estudantes afirmam que a pandemia, através da suspensão temporária das aulas presenciais e de muitas atividades académicas, foi um dos principais fatores que prejudicaram a sua integração.

Através destas análises, fica evidente o impacto da pandemia no que diz respeito à integração dos estudantes de uma maneira geral, não só os que iniciaram a faculdade a partir de 2020.

É notório que o próximo ano letivo acarreta grandes desafios. Tanto para compensar o distanciamento dos estudantes nos anos anteriores, quanto para promover um ambiente de integração aos caloiros, num momento em que ainda estamos a tentar entender como funcionará o “novo normal”.

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