Abraço entre rapaz e Rapariga

Este mês, muitos de nós encerram um ciclo: o fim do ensino à distância (pelo menos, por agora). Ainda que queira aproveitar as minhas merecidas férias, é-me completamente impossível deixar de pensar no próximo ano letivo e, só isso, gera bastante ansiedade, incerteza e um friozinho na barriga.

Por um lado, porque não faço ideia de como serão as coisas em outubro; por outro lado, porque tenho saudades de um semestre normal, dos meus amigos, da minha universidade e até das aulas presenciais, mesmo daquelas em que não gostava assim tanto dos profs.

Foi um dos períodos mais difíceis da minha vida

Dúvidas

O que mais desejo para o próximo ano é que as aulas voltem a ser presenciais, mesmo estando consciente de todos os riscos que isso acarreta. Durante este semestre, vi a minha motivação e vontade de estudar completamente arruinadas.

Foi, sem dúvida, um dos períodos mais difíceis da minha vida e não quero passar por isto novamente. Sei que lá fora temos um vírus contra o qual temos de lutar, mas também sei que deixar de viver não é opção.

Tenho mais perguntas do que respostas, mais dúvidas do que certezas. Não sei se vou voltar e, se voltar, terei todo um mundo novo para descobrir. Nada vai ser igual.

Não vou poder abraçar, guilt free, os amigos que não vejo há meses e de quem nem sequer me despedi. Não vou poder ter aquelas noites incríveis nos bares e discotecas, nem as grandiosas festas académicas. Será uma nova realidade à qual terei, uma vez mais, que me adaptar.

Abraço entre rapaz e Rapariga

Não consigo conceber ir para Aveiro e ter medo de regressar a casa, ter medo de voltar aos braços da minha família

Se há coisa que sempre prezei e agradeci na minha vida, é a minha liberdade. Uma liberdade que, infelizmente, vejo agora condicionada. Não consigo conceber voltar a Aveiro, a cidade onde estudo, e ter de ter atenção a todos os passos que dou. Não consigo conceber ir para Aveiro e ter medo de regressar a casa, ter medo de voltar aos braços da minha família, por poder estar a transmitir-lhes algo extremamente prejudicial.

Posto isto, em que posição fico eu? Em que posição ficamos todos nós, que desejamos ardentemente regressar, mas que ao mesmo tempo receamos pôr em causa a segurança dos que nos são queridos? Vivemos períodos complicados e duvido que, tão cedo, tenhamos respostas a todas as nossas perguntas.

Adoro a vida e quero voltar a vivê-la de verdade, a aproveitá-la enquanto a tenho.

Não há fim à vista para esta pandemia que teima em não se deixar vencer. Não consigo encontrar a luz ao fundo do túnel de que tanto preciso para iluminar estes meses que têm sido os mais escuros de sempre em termos académicos e sociais.

Luz ao fundo do túnel com linha de comboio

Quero viver o próximo ano letivo sem ansiedade ou incerteza. Adoro a vida e quero voltar a vivê-la de verdade, a aproveitá-la enquanto a tenho. Neste momento, vejo-a escapar-se-me pelas mãos e sinto que não tenho qualquer controlo. Dizem que vai ficar tudo bem e eu só quero que assim seja.

 

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