
Tu aí. Sim, tu, que tanto anseias pelos teus tempos de universidade. Tu, que queres uma vida nova e amigos novos, que queres sair da tua escola, da tua cidade, da tua casa. Se te enquadras em alguma destas coisas ou em todas elas, fica e lê até ao fim. Se não te enquadras, fica também. Deste lado, está uma estudante universitária que te quer contar a sua experiência.
Não te sintas sozinh@ nem perdid@ se não sabes o que fazer à vida quando acabares o 12º ano. Eu também não sabia e, agora já licenciada, continuo a não saber muito bem. A escolha do curso foi tudo menos fácil para mim. Sempre fui extremamente indecisa (até no bolo que quero pedir na pastelaria, quanto mais em algo que influenciaria o resto da minha vida) e sempre gostei de tudo um pouco. Imaginava-me a trabalhar num monte de sítios e, chegado o último dia de candidatura, continuava a não conseguir submetê-la.
Investiguei muito, falei com pessoas dos diferentes cursos que faziam parte da minha lista interminável (o que aconselho que faças também, não há nada melhor do que ter opiniões de quem já passou por onde tu queres passar) e percebi que o melhor seria escolher um curso mais abrangente para me dar “tempo” de chegar ao mestrado e escolher uma área mais “definitiva” para aprofundar.
Para mim, era e continua a ser extremamente importante ter uma profissão que me desafie, que me faça trabalhar por gosto e não porque tem de ser. Sabia que gostava de línguas e de empresas, então decidi combinar os dois mundos e acabei por entrar em Línguas e Relações Empresariais.
O primeiro ano não foi assim tão simples, mas já lá vamos. Em primeiro lugar, peço-te que te desfaças de todos os mitos e estereótipos criados à volta das aventuras destes tempos. Não deixes que te toldem o discernimento nem queiras ser igual aos outros ou fazer o mesmo que todos fazem. Vem de mente aberta e vê as coisas como elas realmente são para ti.
Em setembro de 2017, cheguei completamente sozinha e com medo. Passei por momentos bastante complicados e por uma adaptação um tanto ambígua: tão fácil e ao mesmo tempo tão difícil. Tive amigas desde o primeiro dia, mas sentia-me deslocada, como se tivesse caído de paraquedas num mundo que não era o meu, numa cidade onde não pertencia, com pessoas com quem não me identificava.
Felizmente, tudo mudou. A seu tempo, consegui criar o meu próprio mundo, encontrar o meu sentido de pertença e identificar-me com algumas pessoas, por mais diferentes que elas fossem de mim.
Antes de entrar na universidade, toda a gente me dizia que inerente a ela seriam as amizades para a vida e os convidados para o casamento. Nunca acreditei que isso fosse acontecer. Sempre fui demasiado ligada aos meus amigos de infância e nunca pensei que naqueles 3 anos fosse conseguir ter pessoas que significassem tanto para mim.
Mas até isso mudou. Criei amizades que, agora, me obrigam a corroborar o clichê, porque as quero levar para a vida. A essas amizades, que são poucas, mas muito boas, devo um obrigada gigante por me terem ensinado tanto, por terem vivido comigo tantas experiências incríveis e por se terem tornado tão importantes na minha vida.
Ah! Espera! No meio de tudo isto, ainda não te disse onde entrei. Passei a minha vida toda a desejar estudar em Coimbra, sempre tomei isso como garantido e nunca coloquei sequer outra hipótese. No entanto, naquele momento, era mais importante escolher o curso do que a cidade e jamais iria para um curso que não queria assim tanto só pelo “capricho” de estudar aqui ou além.
Como queria Línguas e Relações Empresariais, curso que só havia em Aveiro e Vila Real, acabei por escolher Aveiro, principalmente devido à proximidade ao mar, que me traz tanta paz. No início, não foi fácil, mas quando finalmente consegui entregar completamente o meu coração àquela cidade e àquela universidade, senti-me em casa. Hoje, sinto-me em casa. Aveiro foi a melhor decisão que tomei na minha vida. Aveiro é nosso.
PS: Depois de leres tudo isto, não te esqueças que só te estou a contar a minha experiência. Certamente, se falares com outros universitários, contar-te-ão uma história completamente diferente. Não tomes partidos, vive e constrói a tua própria opinião.
Estes, são os melhores anos da vida de muitos e, possivelmente, serão os teus. A única coisa que te peço é que não tenhas pressa. O tempo passa rápido demais.
Boa sorte para a tua aventura!